A volta do “Walking Dead” – Por João Vicente Goulart

A volta do “Walking Dead” – Por João Vicente Goulart
FICÇÃO?

A volta do “Walking Dead” – Por João Vicente Goulart

A volta do “Walking Dead” – Por João Vicente Goulart | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

A história de um personagem “morto vivo”, que, após a morte da alma, decide retornar a sua terra

Créditos: Reprodução

João Vicente Goulart

Escrito en OPINIÃO el 

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O Brasil está presenciando a reapresentação de um clássico do cinema. A história de um personagem “morto vivo”, que, após a morte da alma, decide retornar a sua terra, onde viveu uma aventura guiada por sua extrema fé, principalmente no seu parceiro, Belzebú, que o acompanhou durante sua jornada terrena.

Dizem as más línguas que era quem incorporava as maldades, deboches dos mortos, dos coveiros e dava risada das tragédias humanas acontecidas durante sua passagem no reinado.

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A seguir, algumas ideias do roteiro do diretor Astro de Morais na reconstrução desta velha trilha do mal.

No seu retorno, o “walking dead” chegou manso e com muito medo de seus passos, novamente na terra que abandonou às pressas, não para o exílio, mas com terror dos homens da capa preta, pois imaginava que cadáveres zumbis pudessem atormentá-lo.

Mas por que pensaria isso? Talvez lembrasse de uma cidade imaginária chamada Antares, que, aliás, era muito perto de São Borja, no Rio Grande do Sul, na fronteira com a Argentina, onde estão enterrados Getúlio, Jango e Brizola, e que os fantasmas da fronteira, como o “boitatá” da barranca do Rio Uruguai, viessem a levá-lo novamente para as trevas do reino de seu parceiro Belzebú.

Naquela cidade de Antares, até os coveiros entraram em greve e não impediram a saída para deambular dos sete mortos-vivos de Veríssimo, quando a guerra entre duas poderosas famílias se tornou insustentável no “Incidente em Antares”

- Mas e agora? Que faço neste meu retorno por aqui? Belzebinho querido, chame nossos pastores desnaturados, por favor. O Malamaia, o bispo Mapeto, quero ir aos seus encontros, e se possível da senadora Dos Mares para desmanchar o feitiço com aquela sua mamadeira. Minha esposa, ahhh minha esposa, que nela o encantamento não pegue.

Uma voz repentinamente surgiu das trevas e retumbou no furo do ouvido desse “coiso” ambulante (as orelhas já haviam caído de putrefação). Era uma voz rouca já conhecida por ele. Era seu parceiro do mal.

-Mmmaass, que tanto temes capitão, onde está a prepotência nata de meus ensinamentos?

-Ahhh, meu Belzebinho, em Antares foram sete cadáveres a levantar-se, mas contra minha presença, e aqui e agora, mesmo como zumbi, poderão ser setecentos mil almas a querer minha volta ao inferno.

O diretor Astro de Morais não informou a esta redação o que prepara para o final da trilha, mas com certeza não haverá um final feliz.

PS: Qualquer semelhança desta sátira com a realidade é mera coincidência.