The Republic of Curityba e a morte do Brasil
Quem não tem indústria no mundo de hoje acaba se tornando escravo.
DE: ANDRÉ LUAN NUNES MACEDO
Amanhã, 04 de julho, comemora-se aqui, nos Estados Unidos, a Independência.
Fogos de artifício serão estourados a torto e a direito em todo o território norte-americano e nas suas respectivas embaixadas. No Brasil, devem oferecer uma festa e tanto a diplomatas e outras celebridades.
A tristeza é saber que, além daqui, a festividade também provavelmente deve ser comemorada em outro lugar, na sua sucursal: The Republic of Curityba, que tem primeiro-ministro e Presidente nomeado pelo Éf-Bi-Ái : Sergio Moro e Deltan Dallagnol.
Conforme notícia divulgada em A Pública, a Força Tarefa da Lava-Jato atuou como feitoria jurídica americana de forma tão escancarada que até foto da Jennifer Lopez queria na sua luta contra a “corrupção estrangeira”. Uma das procuradoras foi curtir Vegas e queria uma foto da cantora para expandir sua peça publicitária. Vira-latismo mór, nauseante, entorpecente e descarado.
A interventora-mór da Republic of Curityba – a senhora Leslie Rodrigues Backschies – faz parte de um núcleo de combate a corrupção dos sáuth américan countries dirigidos pelo Éf-Bi-Ái.
Não há mais dúvidas: The Republic of Curityba veio para matar o Brasil.
Pensem comigo: se ela fosse realmente uma operação nacional, faria com que a indústria pesada de construção civil brasileira caminhasse à completa falência? Protegeu os empregos perdidos? Garantiu a e consolidou a expansão de nosso alcance nacional em diversos mercados internacionais?
Não.
On the contrary. Implodiu o país por dentro e reforçou ainda mais o desemprego estrutural. Muito se fala que a Lava Jato retornou bilhões aos cofres públicos. Mas e os trillions of billions of dollars que sairam pela porta da cozinha, perdidos na medida em que a Republic destruiu nossa capacidade geopolítica e industrial?
Como bons vira-latas, em seus tuxedos e bow ties premiados pelos serviços prestados pelo país que comemora a independência em 1776, querem que nosso país seja improdutivo, sem a possibilidade de transformar a matéria-prima em manufaturado. Ou seja, quer que nós sejamos seres “naturais”. Eles tem nostalgia da República Velha. Querem que o país seja um fazendão. Infelizmente, a Lava Jato fez com que a gente voltasse à boa e velha dialética do senhor e escravo de Roland Corbisier.
Quem não tem indústria no mundo de hoje acaba se tornando escravo. E a Lava-Jato é a contribuição para isso. Criou no seio da sociedade uma alienação do povo numa luta contra a corrupção. Uma luta da corrupção “de tolos” como aponta o maior intelectual anti-imperialista hoje no Brasil, o senhor Jessé Souza. Alienação essa acompanhada com passividade por grande parte de nossa intelectualidade, alheia e negadora da nacionalidade.
Fez da luta contra a corrupção como um programa de poder. A corrupção não deve ser um lugar a se chegar, como diria o surpreendente jornalista republicano de direita Reinaldo Azevedo. “Lutar contra a corrupção”, prossegue, é “tão obrigatório como querer tomar banho para uma liderança pública”. Mas uma liderança não pode pautar a defesa do banho como programa de governo[1].
Pensem que se tivéssemos uma estrutura industrial mais robusta, como em tempos anteriores, vidas poderiam ter sido salvas, com reconversões industriais mais dinâmicas, produção de respiradores e máscaras em solo nacional e latino-americano. Sairíamos da rota de pirataria imperialista, que literalmente roubou equipamentos comprados com o dinheiro público de cada compatriota.
A Lava Jato é a sucursal de reprodução do subdesenvolvimento político no país e precisa parar. Cria cortinas de fumaça sempre que acuada, ao partir pra cima de tucanos , para dar uma vestimenta “imparcial” e dizer que “só olha para frente”. Sem sombra de dúvidas: quer eleger Moro President of BraZil, colocar um x de vez na Petrobras e aumentar seu poder de feitor gringo.
Aos historiadores, fica o recado: se antes estávamos acostumados em tomar cuidado com “o nacionalismo” na escrita da história, hoje precisamos repensar a imaginação nacional e produzir um conteúdo que a afirme. Ou começamos a produzir uma historiografia de proteção social que ensina nosso povo quais são nossas riquezas e o impacto do petróleo na estabilização ou desestabilização dos governos, ou analisaremos o Brasil como um cadáver igual a União Soviética. Algo que , aliás, seria uma benção para os americanos: a fragmentação completa do nosso tecido social e a dissolução de uma grande pátria em repúblicas regionais, talvez divididas entre um Sul de espírito farroupilha neofascista, um sudeste junto ao sertão do centro-oeste e um norte/nordeste mais integrado.
Por enquanto falamos de mortes em massa NA nação brasileira. Passou da hora de olharmos o passado conectados a um futuro sombrio possível, cuja morte será DA nação como um todo.
Alguém, please, pare The Republic of Curityba. Ela é o início da morte do Brasil.