Prefeitura do Rio avalia criação do Centro de Memória Presidente João Goulart
Prefeitura do Rio avalia criação do Centro de Memória Presidente João Goulart
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RedaçãoA Universidade Santa Úrsula (USU) realizou cerimônia solene, nesta quarta-feira, para entrega do título de Doutor Honoris Causa a João Goulart, 24º presidente do Brasil. O diploma foi entregue pelo reitor da USU, professor Paulo Alonso, à viúva Maria Thereza Fontella Goulart.
Foi anunciado que a Prefeitura do Rio de Janeiro recebeu proposta para instalação, na cidade, do Centro de Memória Presidente João Goulart, que será destinado à guarda e preservação de arquivos e objetos relacionados ao ex-presidente e que atualmente se encontram dispersos entre a residência de Maria Thereza, no Rio de Janeiro, e o espaço cultural Memorial Casa de João Goulart, em São Borja (RS).
O Memorial fica no casarão, construído em 1927, onde residiu João Goulart na infância e juventude. Patrimônio histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), ficou abandonada por um tempo e entre os anos de 2008 e 2009 passou por restaurações para abrigar o espaço cultural. Porém, por motivos ideológicos, voltou a ser abandonada.
Alexandre Rinaldi, assessor que representou o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, na solenidade, afirmou que serão estudados locais para a instalação do Centro de Memória.
Além de Marita Thereza, estiveram presentes na homenagem os filhos João Vicente e Denize, as netas Barbara e Isabela, além de deputados, desembargadores, jornalistas e personalidades da área cultural, como o cineasta Silvio Tendler.
Paulo Alonso relembrou a vida e a carreira política de João Belchior Marques Goulart, Jango, que foi deputado estadual e federal e ministro do Trabalho de Getúlio Vargas. Foi eleito duas vezes vice-presidente do Brasil (nos governos de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros). Como vice, chefiou uma missão comercial à China em julho de 1961.
Jango assumiu a presidência em 8 de setembro de 1961, após a renúncia de Jânio. Foi um período conturbado, em que teve de admitir o parlamentarismo para garantir a legalidade. No início de 1963, plebiscito garantiu a volta do presidencialismo com mais de 80% dos votos. João Goulart, porém, acabaria deposto em 1964. Paulo Alonso ressaltou que foram dois golpes: o militar, em 1º de abril, e o parlamentar, na tumultuada sessão em 2 de abril que declarou a vacância da Presidência, quando Jango ainda se encontrava no Brasil.
João Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de agosto de 1976, aos 57 anos.