Pujol diz que “Pazuello se ferrou e ferrou o Exército” ao obedecer Bolsonaro, segundo coluna de O Globo
Pujol diz que “Pazuello se ferrou e ferrou o Exército” ao obedecer Bolsonaro, segundo coluna de O Globo
Por Hora do Povo
General Edson Leal Pujol, ex-comandante do Exército. Foto: Isac Nóbrega - PR
O ex-comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que na terça-feira (20) passou o comando para o general Paulo Sérgio Nogueira, recriminou a atuação de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.
Segundo a coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, em um encontro recente com o ex-ministro da Saúde, Pujol recriminou a conduta de Eduardo Pazuello ao seguir a ordem de Bolsonaro para não comprar vacinas contra a Covid-19, no ano passado.
“Pazuello, quando o Bolsonaro lhe proibiu de comprar vacinas, você deveria ter pedido demissão. Obedecendo, você se ferrou e nos ferrou junto”, disse.
Até o fim da nossa edição, não tinha havido desmentido sobre a fala do general.
A gestão de Pazuello é alvo de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público Federal (MPF).
O general Eduardo Pazuello deixou o cargo de titular da pasta da Saúde em meio ao agravamento exponencial da pandemia do novo coronavírus, caracterizado por uma explosão de casos e mortes pela Covid-19.
Além disso, o país continua patinando na compra de vacinas e na criação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) para o tratamento da doença.
Meses atrás, quando Bolsonaro ordenou o cancelamento de um contrato para a compra da vacina CoronaVac, imunizante contra Covid-19 produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, o então ministro descartou a possibilidade de discordar do chefe. “É simples assim: um manda e o outro obedece”, disse Pazuello na ocasião.
Na segunda-feira (19), em cerimônia alusiva ao Dia do Exército, último evento antes de deixar o comando, Pujol fez um discurso ao lado de Bolsonaro chamando a atenção que o Exército se pauta pelos “preceitos constitucionais”.
“Na fiel observância dos preceitos constitucionais, regidos pelo princípio da ética, da probidade, da legalidade, da transparência e da imparcialidade, conectado no tempo e no espaço e aos genuínos anseios do povo brasileiro, o Exército sempre se fará presente”, afirmou o general.