Manchetes de domingo 28-11-2021 

O mais amplo espectro de notícias dos mais importantes jornais brasileiros.

Manchetes de domingo 28-11-2021 

Manchetes de domingo 28-11-2021 

O ESTADO DE S.PAULO – Doria vence prévias e agora tem o desafio de pacificar o PSDB

 

Após uma disputa interna acirrada e problemas técnicos no aplicativo de votação, o governador de São Paulo, João Doria, saiu vencedor ontem das prévias para a escolha do précandidato do PSDB à Presidência em 2022. Em seu discurso após o resultado, Doria pregou a união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a “consolidação” de um “melhor projeto” para o Brasil. “Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos”, afirmou. Doria obteve 53,99% dos votos, superando o governador Eduardo Leite (RS), que somou 44,66%, e o ex-senador Arthur Virgílio (AM), com 1,35%. Cerca de 30 mil tucanos votaram. O detalhamento dos votos mostra que Doria só não foi o mais votado entre os vereadores, que preferiram Leite. Os demais filiados, com cargo ou sem, deram a vitória ao governador paulista, em votações apertadas. Entre prefeitos e vice-prefeitos, por exemplo, o placar foi de 393 a 363. Nas bancadas de deputados federais e estaduais, a diferença foi de sete votos para Doria, que somou 37. Na chamada “elite tucana” – que reúne senadores, governadores e vice e ex-presidentes do partido –, o paulista obteve 27 votos, ante 24 dados a Eduardo Leite. A maior margem do governador paulista foi entre tucanos sem mandato: 15.646 votaram em Doria e 9.387 optaram por Leite. 

Diferentemente do que ocorreu no domingo passado, o aplicativo de votação funcionou sem falhas – o partido afirma ter evitado cerca de 30 milhões de tentativas de ataques virtuais ao sistema vindos do exterior.

 

FOLHA DE S.PAULO – Cota eleva empregabilidade, mas nem sempre o salário

 

As cotas nas universidades públicas brasileiras aumentam significativamente as chances de seus beneficiários encontrarem um trabalho na área de estudo. Esse efeito positivo, porém, nem sempre se traduz nos salários, o que seria crucial para a redução da desigualdade no país. A conclusão pode ser obtida graças a estudos que começam a capturar, quase duas décadas após a implantação de ações afirmativas, seu impacto na vida dos alunos cotistas. Para isolar o efeito da reserva de vagas nos resultados, os autores restringem a análise a estudantes com o mesmo perfil socioeconômico e notas próximas no vestibular. Com isso, aumenta a chance de que tenham traços de personalidade, como resiliência e capacidade de dedicação aos estudos, também parecidos. Dessa forma, é possível saber, por exemplo, que a chance de um ex-cotista aprovado por pouco em direito na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) trabalhar na área é três vezes maior do que a de um candidato à ação afirmativa que não passou no vestibular por uma margem pequena e cursou a mesma graduação em outro lugar. A conclusão está presente em estudo feito pelas economistas Ana Trindade Ribeiro, doutoranda na Universidade de Stanford e afiliada ao Centro Lemann, e Fernanda Estevan, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP). Usando metodologia similar, o impacto positivo das ações afirmativas sobre a empregabilidade de ex-beneficiários também foi identificado em pesquisa com foco na UnB (Universidade de Brasília) feita pelos economistas Andrew Francis-Tan e Maria Tannuri-Pianto. Ao analisar os salários, porém, os dois trabalhos mostram que as cotas nem sempre garantem uma melhor remuneração.

 

CORREIO BRAZILIENSE – Selvageria no trânsito deixa um morto a cada dois dias

 

As vias do Distrito Federal estão cada vez mais violentas, mostra série de reportagens que o Correio publica a partir de hoje. Ataques de fúria de motoristas engrossam a lista das causas de mortes e de sequelas gravíssimas que estraçalham famílias. Carlos Roberto Rocha, motociclista de apenas 21 anos, perdeu a vida depois de discutir com um motorista após uma troca de faixa sem sinalização. “É na lembrança de seu sorriso que sigo o meu caminho”, diz, desolada, a mãe dele, Maria da Providência. Na casa dos pais de Tatiana Matsunaga, 40, o pedido é de Justiça. Atropelada propositalmente na porta de casa, a servidora não consegue andar, respira com dificuldades e aguarda nova cirurgia para recolocar o tampão do crânio.

 

O GLOBO – PF incendeia balsas para dispersar garimpeiros 

 

As ações federais de repreensão ao garimpo ilegal ao longo do Rio Madeira, no Estado do Amazonas, tiveram início na madrugada de ontem. Ao menos 31 balsas já foram apreendidas pela Operação Uiara, que reúne agentes da Polícia Federal, do Ibama, da Marinha e da Aeronáutica. Parte dos equipamentos está sendo queimada pelos agentes. Durante as abordagens, uma pessoa foi presa e conduzida para a superintendência do Amazonas. Ela estava com uma quantidade de ouro. A apreensão ocorreu nas águas do Madeira que cortam o município de Nova Olinda do Norte. Aglomeradas há mais de uma semana na região de Autazes, município que fica a 230 quilômetros de barco de Manaus, em viagem pelos Rios Amazonas e Madeira, mais de 300 balsas se dispersaram ontem, após informações de que haveria, de fato, uma operação federal de grande porte.

 

Os destaques de primeira página e do editor

 

Grandes empresas brasileiras avaliam trocar B3 por bolsa americana - Um grupo de empresas brasileiras com ações na B3 – entre elas, Banco Inter, Locaweb, Americanas e Natura – se prepara para negociar seus papéis nos EUA. Depois de o País ter visto um movimento de companhias abrindo capital diretamente em Nova York, como a XP e a Stone, agora empresas tradicionais, que já têm papéis listados no mercado de São Paulo, buscam migrar para o exterior. Por trás dessa movimentação, está a busca por estabilidade e menor exposição ao risco Brasil, além da facilidade de acesso a novos investidores para financiar ambições de internacionalização. Até sexta-feira, o índice S&P 500 registrava alta de 22% no ano, enquanto a Nasdaq exibia variação de 20%. Na contramão, o Ibovespa amargava baixa de 14%. Para fazer esse movimento rumo a Nova York, as empresas terão de abrir uma sede lá fora – a Natura, por exemplo, deve optar por uma holding. Na semana passada, o conselho do Inter deu o aval para a mudança. Já a Locaweb, de serviços digitais, e a gigante Americanas estão se organizado para trilhar o mesmo caminho. Mas o que muda na prática? As empresas passariam a ter uma dupla listagem em Bolsa – com recibos de suas ações (os chamados BDRs) oferecidos na B3, mas tendo os EUA como o mercado principal para a negociação dos seus papéis. E passariam a se reportar também ao regulador americano.

 

Reino Unido, Alemanha e Itália têm casos da nova cepa - A nova variante Ômicron do coronavírus vem desafiando as políticas na Europa e deixando governos em estado de alerta. Neste sábado, o Reino Unido e a Alemanha informaram ter detectado, em cada país, dois casos de infecção pela nova variante em pessoas relacionadas com viagens para a África do Sul. A Itália confirmou um caso da nova variante em um pessoa procedente de Moçambique. Enquanto isso, a Holanda investiga casos suspeitos e governos europeus impõem novas restrições aos viajantes que chegam da África. “A Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) confirmou que foram identificados dois casos de covid-19 com mutações compatíveis com a variante B.1.1.529”, disse o Departamento de Saúde britânico em um comunicado, acrescentando que as pessoas infectadas e suas famílias ficarão isoladas. “Os dois casos estão relacionados (entre si) e com uma viagem para o sul da África”, diz o comunicado. As autoridades de saúde destacaram que um deles foi detectado na cidade de Nottingham (centro) e a outra em Chelmsford (ao leste de Londres).

 

Bolsonaro alfineta governadores e prefeitos por carnaval em 2022 - O presidente Jair Bolsonaro voltou a alfinetar governadores e prefeitos pelas medidas em relação à pandemia da Covid-19. Antes de uma cerimônia oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), neste sábado, o mandatário defendeu que não sejam feitas festas de carnaval no ano que vem, mas disse que a decisão ficará a cargo dos chefes dos Executivos estaduais e municipais. — Eu não vou sair pro carnaval. Pergunte para os governadores. Eduardo Paes (prefeito do Rio) já anunciou. Se eu falar que não, ele vai falar o que pra mim? Que não vai cumprir meu decreto. Pergunta pra ele e não pra mim — disse Bolsonaro à "CNN Brasil". Na última quinta-feira, ao ser questionado sobre as novas restrições na Europa devido ao aumento de casos de Covid-19 naquele continente, Bolsonaro respondeu que não deveria haver festas do tipo no ano que vem. Na ocasião, porém, disse que o Brasil não deve adotar medidas restritivas — posição que manteve ao longo de toda crise sanitária. Neste sábado, o presidente também evitou comentar o anúncio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de fechar as fronteiras aéreas para seis países africanos, devido a uma nova variante do novo coronavírus, detectada na África do Sul. A medida segue orientação da Anvisa. Ao ser questionado sobre a determinação, Bolsonaro, que havia se declarado contrário ao fechamento das fronteiras aéreas, fez referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de abril de 2020, que garantiu autonomia a estados e municípios para determinar medidas para conter o avanço do novo coronavírus. — Não é Anvisa que decide? Pergunta pra Anvisa. Ponto final. Eu não tenho opinião. Eu sou um presidente que não tenho como decidir as questões voltadas à pandemia. Quem decide é o Supremo — disse.

 

Bolsonaro sob dupla ameaça pré-eleitoral: Moro e nova onda da covid-19 - É grande a expectativa no mercado e no mundo político em relação à rodada de pesquisas programadas para este final de ano. Com a campanha eleitoral completamente antecipada, levantamentos que, tradicionalmente, nesta altura do campeonato serviriam apenas para balizamento de estratégias, agora ganham contornos decisivos com a entrada de Sérgio Moro na disputa. A maior preocupação, diferentemente do que o senso comum supõe, não está no centro, mas na direita: se o ex-juiz confirmar o viés de alta, Jair Bolsonaro terá necessariamente que voltar a crescer, alertam governistas. Para eles, o pior cenário para o presidente seria terminar 2021 em quase empate técnico com Moro. No PDT, a apreensão é grande diante do risco de Ciro Gomes perder pontos porcentuais para Moro e ser tragado pelo bololô inferior dos nomes de centro. Justamente quando Bolsonaro precisa voltar a pontuar, uma nova onda da covid-19 se empina no horizonte eleitoral, mas o presidente mostra estar disposto a manter o tom negacionista no enfrentamento da pandemia. Ou seja, continuará apostando em fidelizar apenas os eleitores “radicais”. Foram consideradas um desastre as declarações do presidente sobre a nova variante do vírus. Só faltou ele dizer que a cepa será bem-vinda no País, observa um expoente do Centrão. O ministro Ciro Nogueira teve de correr para evitar o desastre completo e impor barreiras ao menos para passageiros de voos vindos da África do Sul. Pesquisas recentes indicam que os brasileiros relaxaram em relação à pandemia, mas não completamente. Segundo a Quaest, 55% se diziam muito preocupados com a covid-19 no início deste mês, quando a situação ainda não havia se tornado crítica na Europa e na África do Sul.

 

Senador propõe emenda para dar transparência ao orçamento secreto - O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou neste sábado, 27, uma emenda para alterar o projeto de lei que a cúpula do Congresso articulou para manter o pagamento do orçamento secreto e deixar de dar ampla transparência à identidade de parlamentares beneficiados, como determinou o Supremo Tribunal Federal (STF). O projeto que altera a resolução do Congresso deve ser votado na segunda-feira, 29, e, para o senador, significa uma “tentativa de golpe rasteiro na democracia”. Vieira, que tenta se viabilizar como candidato a presidente da República em 2022, apresentou uma emenda substitutiva para, segundo ele, dar transparência “real” ao pagamento de verbas do orçamento secreto. A proposta retoma a ideia de haver uma trava ao valor bilionário das chamadas emendas de relator-geral (RP-9). Conforme sugestão de Vieira, será necessário publicar na internet, em sistema centralizado, os critérios de alocação de verba, documentos envolvidos na tramitação dos pedidos e a identificação dos responsáveis no Legislativo, de forma que seja possível identificá-lo. A publicação deve ser feita previamente ao pagamento dos recursos. Vieira propõe que “o montante total das emendas de relator não pode alcançar em qualquer caso mais de 1% do total das despesas discricionárias da Lei Orçamentária Anual”, ou seja, dos gastos que o governo tem controle e são usados para bancar obras públicas e também o custeio da máquina.

 

Ciro redireciona artilharia contra Moro - A entrada em cena de Sergio Moro na sucessão, nas duas últimas semanas, mudou alguns planos da estratégia de Ciro Gomes. Até aqui, Ciro buscou polarizar com Lula, batendo no petista sempre que podia. A partir de agora, vai mirar os seus mísseis verbais em Moro. Ciro e Moro formam uma espécie de segundo pelotão dos candidatos a presidente, com algo entre 7% em 10% das intenções de votos cada um, dependendo da pesquisa — atrás de Lula de Bolsonaro, que ultrapassam os 20%. A campanha de Ciro avalia que Moro não tirou votos do pedetista. Mas atrapalhou uma aguardada (pela campanha) subida de Ciro nas pesquisas em dezembro para algo em torno dos 13%. Por essa visão, Moro tirou votos de Bolsonaro, justamente de eleitores que poderiam migrar para o pedetista. Ciro Gomes não vai deixar de atirar em Lula, mas pelo menos num primeiro momento dar atenção preferencial ao ex-juiz. Em resumo, é como se quisesse dizer ao eleitor: "a terceira via sou eu".

 

Republicanos deve descartar candidaturas a governador - Após ter apostado na vinculação ao presidente Jair Bolsonaro em 2020, colhendo um saldo de apoios tímidos do Palácio do Planalto e fracassos eleitorais em Rio e São Paulo, o Republicanos colocou o pé no freio e desenha uma aproximação mais discreta com o chefe do Executivo em 2022. Embora deva fazer parte da coligação pela reeleição do presidente junto com PP e PL, o partido ligado à Igreja Universal avalia ser a única sigla do Centrão sem candidaturas a governador. A estratégia, que evitaria palanques estaduais com laços mais explícitos com Bolsonaro, foi discutida numa reunião no fim de outubro entre dirigentes locais do Republicanos e o presidente da sigla, o deputado federal Marcos Pereira (SP). No encontro, o chefe da legenda sinalizou que a prioridade no ano que vem serão as candidaturas a deputado federal e ao Senado, que impactam na distribuição do fundo eleitoral. Trata-se de uma reconfiguração do perfil do Republicanos, que ambicionou eleições ao Executivo em capitais e governos estaduais após eleger Marcelo Crivella à Prefeitura do Rio em 2016. À época, Pereira previu até mesmo a chegada de um evangélico à Presidência da República. 

 

Eliziane Gama será relatora da indicação de Mendonça ao STF - A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) será a relatora da indicação, ao Supremo Tribunal Federal (STF), de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Ela foi convidada pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e aceitou a relatoria. “Recebi com muita satisfação do presidente da CCJ a designação para relatar o nome de André Mendonça p/ o STF”, confirmou a senadora em uma rede social. Ao GLOBO, a senadora destacou como pretende fazer seu parecer sobre a indicação de Mendonça ao STF.  — Nosso relatório será centrado nos princípios constitucionais, tecnicamente, considerando aqui que é elementar, notável saber jurídico e reputação ilibada. Eliziane é evangélica e teve atuação de destaque na CPI da Covid. Durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito, a parlamentar afirmou considerar “promíscua” a relação entre o governo Bolsonaro e a igreja. Ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça é o ministro “terrivelmente evangélico” que o presidente Jair Bolsonaro prometeu indicar para a Suprema Corte, logo no início de seu governo. Se aprovado no Senado, Mendonça vai substituir o ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho deste ano.  

 

O "peão do jogo" é Bolsonaro - Diferentemente de 2018, quando o governo estava fora da disputa eleitoral, desta vez, há o “peão do jogo”, aquele que fica no centro do terreno e os demais tentam derrubá-lo. E é o presidente da República, Jair Bolsonaro. Montado o tabuleiro dos pré-candidatos para 2022, os analistas apontam esta largada de hoje como um cenário muito parecido com a chegada de 2014, quando a terceira via representada por Marina Silva terminou em terceiro lugar, com 21%. O cientista político Alberto Carlos Almeida, que, desde março, tira a média de todas as pesquisas divulgadas, diz que 20% é exatamente o patamar da soma de intenções de voto de todos os candidatos que tentam quebrar a polarização. “Na última eleição, não tínhamos governo versus oposição. Agora temos, e quem achar que está bom, tende a votar em Bolsonaro e quem quer mudança, vê o Lula”, diz ele, referindo-se esta largada eleitoral de 2022 hoje, uma vez que todos os pré-candidatos já são conhecidos. As contas de Almeida mostram que Lula, mais identificado como a segurança de mudar tudo e oposição a Bolsonaro, começou a subir quando o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações contra ele e mandou o caso de volta à primeira instância. O ex-presidente hoje está estacionado nos 40%. Jair Bolsonaro, por sua vez, começou a série com 31% e, desde agosto, começou a descer, hoje está em 26%. Todos os candidatos somados apresentaram, em março, 39% e hoje têm 20%. O que está em plena subida é o número de indecisos. Em março, era de 7% e, hoje, está em 14%. Sinal de que o eleitor ainda vai deixar os candidatos “na chuva” antes de fazer a sua escolha. Até aqui, no centro, todos juntos são a Marina em 2014.

 

Esquece - Você, leitor, lembra que há alguns meses o governo brasileiro enviou o nome do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella para embaixador na África do Sul? Pois é. A avaliação por lá é a de que tudo indica que as fronteiras estão fechadas para Crivella assumir o posto. Diplomatas brasileiros têm dito em conversas reservadas que é melhor esquecer. O agrément não veio até agora e nem virá.

 

Itália em Igarapé - O embaixador Francesco Azzarello eterniza nos jardins, inspirados nos igarapés amazônicos, a memória do arquiteto Píer Luigi Nervi. Azzarello inaugura nesta segunda-feira, às 19h30, uma estátua de Nervi, assinada pela artista Christina Motta, mesma autora da estátua de Brigitte Bardot, em Búzios. A ministra Flávia Arruda falará em nome do governo brasileiro. Píer Luigi Nervi é autor da sede da Unesco, em Paris, e da Embaixada da Itália, uma das mais belas de Brasília. É o mais celebrado arquiteto italiano, depois de Leonardo da Vinci. Era grande amigo de Oscar Niemeyer, que, na Itália, é autor do Palácio Mondadori, em Milão.

 

Advogadas assumem o poder nos estados - Na primeira eleição com paridade entre homens e mulheres nas chapas em disputa, a OAB de São Paulo elegeu a primeira presidente na história. A criminalista Patrícia Vanzolini (foto) derrotou o candidato à reeleição Caio Augusto Silva dos Santos. Nos últimos três anos, todas as seccionais estiveram sob o comando de homens. Dessa vez, cinco candidatas foram vitoriosas, até agora. Na Bahia, Daniela Borges se elegeu. No Paraná, ganhou Marilena Indira Winter, e, em Santa Catarina, Cláudia da Silva Prudêncio. Na disputa em Mato Grosso, ontem, a advogada Gisela Cardoso se elegeu. Ainda faltam eleições em dois estados: Minas Gerais, hoje, e Roraima, na terça-feira. Mas só em Minas há uma candidatura feminina, da advogada Carla Silene Cardoso Lisboa Bernardo Gomes. No DF, só houve uma gestão feminina, de 2006 a 2009, sob a presidência de Estefânia Viveiros.

 

Alcolumbre marca sabatina de Mendonça para quarta, 1º de dezembro - O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre, marcou para quarta-feira (1º) a sabatina do ex-ministro da Justiça André Mendonça, indicado à vaga do STF (Supremo Tribunal Federal) aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurelio Mello. A análise do nome de Mendonça ocorre mais de quatro meses depois de o presidente Jair Bolsonaro apontar o nome do ex-advogado-geral da União para a cadeira na corte. Alcolumbre vinha segurando a sabatina por resistir à indicação. Nos cálculos de governistas, Mendonça será aprovado na CCJ. O cenário no plenário do Senado, porém, está nebuloso e a perspectiva é de votação apertada.

 

Filiação de Bolsonaro ao PL passa por apoio à reeleição de Lira - As negociações para a filiação de Jair Bolsonaro (sem partido) ao PL, marcada para a próxima terça-feira (30), passaram também pela promessa de apoio do presidente e do seu novo partido à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara dos Deputados em 2023. Segundo líderes do centrão envolvidos nas conversas, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, deu a palavra a Lira que dará respaldo a uma nova candidatura para ele tentar se manter por mais dois anos na presidência da Casa. Os cálculos feitos por ambas as siglas preveem que o PL poderá eleger a maior bancada da Câmara em 2022 tendo Bolsonaro como filiado. Hoje com 43 deputados, a legenda é a terceira maior e pode aumentar para cerca de 65 parlamentares, dizem dirigentes. Dessa forma, o apoio do partido deve ser decisivo para a escolha do próximo presidente da Câmara.

 

Lula e Bolsonaro dão impulso a propaganda na TV - A propaganda eleitoral no rádio e na TV, que teve sua importância abalada com o crescimento das redes sociais e a inesperada vitória de Jair Bolsonaro em 2018, voltou a ser considerada crucial pelas pré-campanhas ao Palácio do Planalto. O consenso no entorno dos principais pré-candidatos é o de que não se repetirá o fenômeno de 2018, em que Bolsonaro foi para o segundo turno —e acabou eleito— com um minúsculo tempo de propaganda da TV. Essa avaliação é compartilhada, inclusive, pelos próprios aliados do presidente da República. Projeção feita pela Folha mostra que, se confirmadas as alianças partidárias em torno de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois principais pré-candidatos até agora, ambos terão tempos de TV similares, cada um com cerca de 2 minutos e 20 segundos em cada bloco de propaganda (de 12min30seg), além de cinco inserções diárias (as propagandas curtas de 30 segundos inseridas nos intervalos comerciais das emissoras). O PT de Lula tenta obter o apoio do PSB, PC do B e PSOL. Bolsonaro, que está prestes a ingressar no PL, deve ter o apoio de, pelo menos, PP e Republicanos, ou seja, uma coligação que reunirá as maiores siglas do centrão. Bolsonaro disputou a eleição de 2018 pelo então nanico PSL, com apenas 8 segundos em cada bloco. Rompido com a sigla, tentou montar seu próprio partido, mas fracassou. 

 

Planalto prioriza pauta econômica para reverter rejeição de Bolsonaro - A um mês do fim de 2021, o Palácio do Planalto prioriza no Congresso projetos econômicos para tentar reverter ou reduzir a rejeição de Jair Bolsonaro (sem partido). As pautas têm apelo popular às vésperas de ano eleitoral. Reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, caras ao ministro Paulo Guedes (Economia), estão fora dos planos. A ideia é melhorar a imagem do presidente, agora em níveis negativos recordes, segundo pesquisas. Hoje, cinco projetos são vistos como urgentes por auxiliares palacianos. São eles: a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios; o novo marco do câmbio; a BR do Mar; a privatização dos Correios; e mudanças no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis. A lista do Palácio do Planalto, porém, não deve ser totalmente atendida pelo Congresso. O principal entrave é a espinhosa relação com o Senado.

 

Atrás de um terço dos votos - A filiação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao Podemos e o anúncio da pré-candidatura pela sigla mexeu no tabuleiro dos demais candidatos da terceira via. Isso porque entre os postulantes ao Palácio do Planalto, Moro desponta como o mais competitivo. Porém, a 11 meses do pleito eleitoral, especialistas analisam que ainda é cedo para fechar um cenário e que Moro enfrentará dificuldades para romper a polarização instalada pelo presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nos últimos dias, legendas, como o PSD, MDB e PSDB, buscaram marcar posição. Confirmaram as pré-candidaturas à Presidência dos senadores Rodrigo Pacheco (MG) e Simone Tebet (MS), e do governador de São Paulo, João Doria, respectivamente. Para a constitucionalista Vera Chemim, mestre em direito público pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Moro é a alternativa viável para a “terceira via” e terá uma curva ascendente de votos na campanha eleitoral de 2022, ao contrário de seus concorrentes. Diferentemente de Marina em 2014, Moro é um sério concorrente para os outros candidatos, até porque Bolsonaro e Lula reforçam a polarização e o país precisa eliminar essa conjuntura político-ideológica para se desenvolver. Trata-se de um fator determinante para que volte a crescer sem a sombra da atual polarização”, defende, ressaltando que não se descarta um crescimento exponencial de Moro que o coloque no segundo turno, desde que saiba cooptar a grande massa da população.

 

Xodó de Bolsonaro, auxiliar planeja candidatura - Durante declaração à imprensa após reunião com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro não citou nenhum ministro, mas falou de um secretário: Jorge Seif (Pesca). O chefe do Executivo disse que tratou com Benítez sobre a criação de tilápia no lago da Usina de Itaipu, trabalho que, segundo ele, tem sido “muito bem conduzido” por Seif. Horas mais tarde, em outra cerimônia no Palácio do Planalto, voltou a falar do secretário e da tilápia, apesar de não haver relação com o tema do evento, sobre escolas cívico-militares. O auxiliar é um dos xodós do ocupante da cadeira mais importante da República, que repete com frequência que se arrependeu de não ter recriado o Ministério da Pesca para entregar ao subordinado. Seif também é dos convidados mais frequentes das transmissões ao vivo semanais de Bolsonaro. O secretário costuma compartilhar em suas redes sociais trechos de vídeos com os vários elogios que recebe do chefe. Enquanto desfruta do prestígio presidencial, Seif planeja seu futuro político: ele cogita se candidatar a deputado federal ou senador por Santa Catarina nas eleições do ano que vem. Para isso, está filiado desde abril ao PL, partido que agora também deve receber o próprio Bolsonaro. Seu estado tem recebido prioridade na agenda: de 58 viagens de trabalho realizadas desde o início do governo, 20 foram para Santa Catarina. Os dados são do Painel de Viagens do governo federal, mantido pelo Ministério da Economia. Seif nasceu no Rio de Janeiro, mas mora desde 1999 em Itajaí (SC), onde se formou em Administração. Esses deslocamentos custaram, ao todo, R$ 260 mil, de acordo com o painel, sendo R$ 68,8 mil em passagens e R$ 90,4 mil em diárias pagas a Seif. Já as viagens apenas para Santa Catarina custaram R$ 78,2 mil (R$ 60,2 mil em passagens e R$ 17,6 mil em diárias). O secretário também já fez viagens para países como Bélgica, Estados Unidos, Índia e Noruega e para os Emirados Árabes. Em Dubai, gravou um vídeo na praia e disse que estava num “trabalho-passeio”.

 

'O caminho que precisamos construir é pelo centro' - Presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP) organiza para o dia 8 de dezembro o lançamento oficial da pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República. A quem coloca em dúvida a seriedade do projeto nacional do partido, o dirigente diz se tratar de um “desrespeito com o MDB” e preconceito contra a única mulher candidata. Rossi, que tem mantido conversas com presidentes de diversas legendas, é um defensor da união de partidos de Centro para uma candidatura única, que fuja de três nomes: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro —que se filiará na terça-feira ao PL — e o ex-ministro Sergio Moro (Podemos). 

 

Aplicativo do PSDB recebe mais de 26 mil tentativas de acesso do exterior - Depois de suspeitas de que um ataque hacker causou a pane que paralisou a votação das prévias no domingo passado, o PSDB informou neste sábado que houve 26 mil tentativas de acesso ao aplicativo de votação vindas do exterior. O fato levanta suspeitas porque o partido só tinha dois filiados inscritos para votar fora do país. Todos os ataques foram bloqueados, segundo a sigla. A votação foi encerrada às 17h, com o registro de 25.854 votos. Cerca de 4 mil pessoas já haviam votado no domingo passado. As tentativas de ataques, segundo a direção do PSDB, não foram concretizadas porque o sistema conseguiu barrar as invasões. Por precaução, a sigla fechou a possibiilidade de filiados votarem do exterior. Só havia duas pessoas nessas condições, entre elas o vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge, que acabaram não votando.