Deputados representam contra Ricardo Salles por fala sobre golpe de 64

Deputados representam contra Ricardo Salles por fala sobre golpe de 64

GOLPE

Deputados representam contra Ricardo Salles por fala sobre golpe de 64

Ex-ministro do Meio Ambiente e deputado Ricardo Salles chamou o golpe de 64 de revolução e classificou a ruptura democrática de 'boa medida'


Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) afirmou estranhar que o general Gonçalves Dias não classifique o golpe cívico-militar de 64 como uma "boa medida"(foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados) Dez deputados federais entraram com uma representação no Ministério Público Federal nesta sexta-feira (4/8) contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) por suas falas durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, nessa terça-feira (1/8).

 

"Entramos com representação no MPF para que sejam tomadas medidas cabíveis contra esse crime de apologia à pior fase desse país. É por famílias que nunca mais viram seus parentes, pelos torturados, perseguidos e assassinados. Não vamos nos calar diante desse absurdo. A tentativa de golpe do dia 8 de janeiro mostra bem que eles ainda querem impor a sua força e dar mais um golpe de estado", afirmou o deputado Padre João (PT-MG).

Relator da CPI, Salles questionou o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se ele considerava o golpe cívico-militar de 1964 positivo ou negativo.

O depoente não quis responder e chegou a afirmar que a pergunta não fazia parte do "objeto da comissão". O político paulista classificou a ruptura democrática de "importante medida" e afirmou estranhar o militar "não dizer que 64 foi uma boa medida".

 

Após o questionamento, no qual o bolsonarista chamou erroneamente o golpe de "revolução", parlamentares governistas se manifestaram contrários à fala, afirmando que ela faz apologia à ditadura militar.

 

"Não se pode admitir como possível, que um Deputado Federal,(...) possa vir a público, numa sessão de Comissão Parlamentar de Inquérito, promover (apologia) a defesa, direta ou subliminar, de um regime de exceção que, num passado recente vitimou centenas de vidas e mutilou a ideia de democracia que conduz as nações prósperas e que se orientam no respeito da dignidade da pessoa humana", apontou o documento.Além de Padre João, assinam o texto os deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP), Nilto Tatto (PT-SP), Valmir Assunção (PT-BA), João Daniel (PT-SE), Paulão (PT-AL), Marcon (PT-RS) e Daiana Santos (PCdoB-RS).