Hoje, um golpe a serviço das elites coloniais oligárquicas foi consumado em Honduras,
Hoje, um presidente eleito constitucionalmente por seu povo, foi destituído de suas funções pelas Forças Armadas daquele País.
Hoje, homens e mulheres estarão sendo presos sem saber o porquê.
Hoje, muitas famílias hondurenhas deverão estar com muito medo.
Hoje, uma sombra passa por cada um dos lares de Nossa América Latina.
Hoje, cada um de nós deverá ser elemento multiplicador de inconformidade com o que acontece em Honduras.
Hoje, os povos latino-americanos deverão se unir, fazer uma rede de comunicação e pressão diante de seus governos para não permitirem , em nome do que foram eleitos, qualquer demonstração de simpatia ou omissão criminosa diante dos Órgãos Internacionais em relação ao País irmão, Honduras.
Hoje não nos cabe a inocência de acreditar que este é um golpe contra um processo de consulta ilegal. Todos os movimentos golpistas se travestem de um discurso de legalidade ilegítima.
Tampouco podemos acreditar ingenuamente numa total isenção norte-americana, mesmo com Obama contrário ao golpe. Havemos de refletir sobre nossas democracias e sua natureza.
Hoje não devemos esquecer que no ano passado, à mesma época em que se comemorava no Chile e no resto do mundo o Centenário de nascimento do Presidente Allende, se processava na Bolívia um golpe contra o Presidente Evo Morales. O povo boliviano foi às ruas defender o que era seu. Os governantes da América Latina deram seu apoio imediato à Bolívia e mediaram acordos com a reação daquele País.Neste sentido, a ação dos Estados Latino-Americanos aliados ao movimento popular organizado, foi determinante para a vitória anti-golpista.
No momento nos cabe total solidariedade ao povo hondurenho e seu Presidente, Zelaya.
Devemos exercer essa solidariedade para além da formalização em nossas consciências , para além de lermos uma "moção de apoio diante de um Cristo preso na cruz".
Façamos o que nos for possível fazer.