O sossego do cangaço.

São regiões devastadas pelo embuste, pelo silêncio, pela falta de postura moral, pelo vale-tudo. Isto evidentemente não pode admitir-se em um Estado da Federação, onde está situada a Capital da República, Brasília.

O sossego do cangaço.

O sossego do cangaço.

*João Vicente Goulart

Uma imagem contendo foto, no interior, velho, cheio

Descrição gerada automaticamente

 

É comum em várias regiões do Nordeste a eliminação de pessoas pela via da “tocaia”. O terratenente através de seus jagunços, elimina pequenos agricultores sem-terra ou invasores de suas posses, que apenas praticam a agricultura do “xaxo”, para sua subsistência.

Posses estas geralmente adquiridas por força de compras acumulativas de ações judiciais, registros cartoriais e procurações em causa própria.

Esses corpos eliminados na “tocaia”, geralmente nunca são encontrados e evidentemente ficam fora do obituário e das estatísticas municipais, geralmente feitas com muito descaso ou omitidas nesses pequenos municípios, que detém apenas um cartório para todas as transações públicas, civis, criminais e cívicas.

São regiões devastadas pelo embuste, pelo silêncio, pela falta de postura moral, pelo vale-tudo.

Isto evidentemente não pode admitir-se em um Estado da Federação, onde está situada a Capital da República, Brasília.

As mortes invisíveis que esconderão, após as novas medidas do governo Ibaneis, no Distrito Federal, por conta da melhor comodidade e “sossego” deste, através da Secretaria de Saúde e por seu titular Francisco Araújo, que avisa cinicamente, a mudança de metodologia de contagem de óbitos, no maior pico de mortes por covid-19 que a população da Capital da Nação está passando, é a verdadeira causa da administração de uma terra, que ao que parece, virou Cangaço.

Omitir os mortos, em uma grande tocaia, para não desassossegar o povo.

“Nós vamos fugir dessa metodologia que o país está usando, por que ela não está funcionando”. Palavras do governo através do secretário de saúde.

Desta nova e engenhosa maneira então, é como o governo Ibaneis quer esconder da população a gravidade do momento na pandemia.

É que por motivos de logística e infraestrutura os diagnósticos de mortes da população poderão ser somente confirmados de dois até quatro meses depois da própria morte.

A realidade escondida não apenas é sanitária, é corrupta e esconde desvios de dinheiro publico no combate as mortes da pandemia.

Um verdadeiro horror, que o conluio que leva ao genocídio das mortes nos mostra o cangaço no Distrito Federal, como se tocaiar os habitantes não teria resposta.

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/07/20/covid-marcos-de-obitos-sao-divulgados-com-10-mil-mortes-de-atraso.htm

 É uma “tocaia” e tanto, reminiscências das águas subterrâneas do buritizal.

A prisão do secretario de saúde, Francisco Araújo é a vergonha para o Brasil inteiro, resta saber se Lampião ainda terá a cabeça no lugar para seguir a ordem do cangaço até ser retirado em 2022.

O silêncio que é uma virtude quando se pratica a “tocaia”, certamente é um embuste, quando em plena pandemia, o que se exige de um governo, é a mínima transparência.

 

 

*João Vicente Goulart.

Diretor do IPG-Instituto Presidente João Goulart