Cientista de dados prevê bomba-relógio com aceleração da covid-19: 'Brasil não está nem perto da queda de casos'

A aceleração de casos de covid-19 no Brasil é como um "foguete subindo a 10 mil quilômetros por hora até a estratosfera", compara o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt.

Cientista de dados prevê bomba-relógio com aceleração da covid-19: 'Brasil não está nem perto da queda de casos'

Cientista de dados prevê bomba-relógio com aceleração da covid-19: 'Brasil não está nem perto da queda de casos'

  • Juliana Gragnani
  • Da BBC News Brasil em Londres

 

Coveiros vestindo roupas de proteção carregam o caixão de um homem de 32 anos que morreu por covid enquanto holofotes iluminam os túmulos durante os enterros noturnos no cemitério de Vila Formosa em São Paulo, Brasil, 30 de março de 2021

CRÉDITO,REUTERS/AMANDA PEROBELLI

Legenda da foto,

Brasil tem média de 65 mil novos casos de coronavírus diários, patamar bastante alto, sem contar a subnotificação

A aceleração de casos de covid-19 no Brasil é como um "foguete subindo a 10 mil quilômetros por hora até a estratosfera", compara o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt.

Depois do cenário catastrófico do início do ano, com explosão das transmissões pelo vírus e lotação de UTIs no país, alguns Estados já passaram a flexibilizar as restrições que tentam diminuir a circulação do coronavírus. As medidas, contudo, estão sendo abandonadas de forma "bastante precipitada", avalia o cientista. A situação ainda é crítica, com alta ocupação hospitalar e alta de mortes diárias.

"O Brasil não está nem perto de ter queda de casos de covid-19", diz Schrarstzhaupt, um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19. Com o afrouxamento, o cientista observa que alguns Estados já perigam voltar a acelerar o número de casos. "Estamos flexibilizando cedo demais e revertendo a desaceleração."

Com média de novos casos nos últimos sete dias em 65 mil diários e a de óbitos quase chegando a 3 mil mortes nos últimos dias, "flexibilizar agora vai criar uma explosão muito maior de casos", opina ele. "O Brasil só deu uma respirada, encheu pulmão de ar e já vai voltar a mergulhar de novo. Não deixou cair o número de casos para valer."